É quase consenso que
os Temas amplamente estudados não justificariam mais investigação, pois há outros não explorados. Será que o pensamento está correto?
A dúvida é por que, talvez, alguns estudantes e pesquisadores não saibam iniciar o trabalho nem o
que redigir. Observo que precisam de ajuda na redação científica para passarem
para o papel seus conhecimentos.
Da mente criativa de
determinado estudante surgem ótimas ideias, algumas nunca exploradas, mas que
podem se perder no vazio pela falta de conhecimento teórico, indispensável para
a realização da práxis em sua plenitude. Algumas ideias do estudante, apesar de ainda não terem sido exploradas, podem não constituir Tema de pesquisa. São
ideias soltas. Ideias levadas a cabo, às vezes, com protótipo criativo,
apresentação de desfile, instalação, experimento...
Em outras palavras,
sem o completo entendimento do Assunto e do Tema, etapas iniciais e fundamentais
para o prosseguimento satisfatório, as ótimas ideias são transformadas em estudos
maçantes, com descrições vazias, enfadonhas listas de nomes e opiniões
correntes, trabalhos com cortes que jamais poderiam ter sido redigidos com
tantas omissões(1) ou repletos de trechos da internet.
Não teria sido
melhor se o estudante tivesse partido de Tema de pesquisa amplamente estudado,
acessado a literatura, lido e entendido como foi construído o conhecimento
naquela direção? Estudado apenas um Tema, passo a passo, para depois propor
ideias com base no que os “outros” fizeram na área, bem como ultrapassar as
soluções anteriormente apresentadas?
1. Eco, Umberto. Come si fa una tesi di laurea. Le materie umanistiche. XVIII ed. Milano: Tascabili Bompiani, 2006, p.19.
Pedro Reiz
Observação. Tema é específico e Assunto é amplo.
Observação. Tema é específico e Assunto é amplo.
É verdade, você tem razão, ideias não faltam, mas colocá-las em prática é que é difícil.
ReplyDeleteEu acho, Pedro, que a escolha do tema de pesquisa é sem dúvida uma grande dificuldade, não apenas para os estudantes que estão por concluir a graduação como também para os que ingressam na pós-graduação. Dessa maneira, talvez o ineditismo do tema deva ser proporcional a experiencia do autor do trabalho.
ReplyDeletePedro, fica aqui uma pergunta: É somente para os aspirantes a mestres, mestres e doutores pesquisar algo nunca antes estudado?
ReplyDeleteMesmo que um estudante da graduação se proponha a estudar algo nunca explorado, sempre tem-se a desconfiança sobre a credibilidade da pesquisa.
Como podemos (nós estudantes) começar uma pesquisa ainda não explorada, sem que haja estes preconceitos e sem precisarmos parasitar os projetos inovadores de nossos orientadores, servindo de "escravinhos" (gíria universitária)?
INAYÊ, grato por compartilhar suas dúvidas. Quanto à primeira pergunta sobre pesquisar algo nunca explorado, você está certa, porque envolve diversos aspectos, entre eles, credibilidade e confiança. O que verifico com frequência, infelizmente, é a banalização de ótima ideia, desde o planejamento do estudo até a redação científica, que não ocorre apenas com os pesquisadores iniciantes.
ReplyDeleteEm relação à segunda pergunta, não há dúvida de que a originalidade do estudo pode florescer com o problema de pesquisa (contextualização e pergunta). Porém, o pesquisador compromete o estudo e a originalidade quando não cumpre as etapas anteriores e posteriores ao estabelecimento do problema de pesquisa.
Para não “servir de escravinhos” nem “parasitar os projetos inovadores”, como você diz, leia o item 2.7, COMO EVITAR SER EXPLORADO PELO ORIENTADOR, no livro "Como se faz uma tese", de Umberto Eco. São duas páginas de profundo conteúdo e com muitas dicas. Espero ter respondido e ajudado.