Sunday, September 26, 2010

Os 10 mandamentos do estudante de graduação, por Pedro Reiz

1º Não te perderás na internet em busca de monografias prontas.

2º Não usarás Ctrl+C (copiar) e Ctrl+V (colar) sob quaisquer circunstâncias.

3º Não entrevistarás meia dúzia de pessoas com a intenção de multiplicar os questionários e enganar colegas, professores e banca examinadora.

4º Procurarás sempre os livros e os artigos científicos mais relevantes sobre o Tema pesquisado.

5º Lerás sempre todos os artigos científicos e capítulos de livros indicados nas Referências, ainda que a preguiça ou o sono dominem e as “baladas” sejam motivadoras.

6º Citarás, de modo correto, todas as ideias e trechos que não forem teus.

7º Não maquiarás os dados estatísticos.

8º Não buscarás o grau com trabalho “transamazônico” (liga nada a lugar nenhum).

9º Submeterás regularmente o trabalho ao mestre para receber novas orientações.

10º Não cobiçarás a pesquisa alheia.
                                              
Pedro Reiz


Em 2010 criei os 10 mandamentos do estudante de graduação
Na época, quis destacar os "mandamentos bíblicos" em relação aos estudantes de graduação, independente do curso, o que não existia na ocasião. No entanto, atualmente os "10 mandamentos" se disseminaram na internet. Podem ser encontrados os "Os 10 mandamentos do aluno", "10 Mandamentos do Professor", "Os 10 Mandamentos dos Pais" e por aí (maio, de 2018).

Sunday, June 13, 2010

Introdução de dissertação e tese no formato de artigo (Fernando Sabino e Paulo Coelho), por Pedro Reiz

Introdução do texto científico é fundamental para o entendimento da monografia, dissertação, tese e artigo científico. Nela, o pesquisador apresenta o estudo, esclarece e delimita o Tema, situa e informa o leitor em relação ao desenvolvimento da Ideia central ou do Problema central.

Entretanto, alguns trabalhos da área da saúde "parecem" abdicar da Introdução. Não se trata de privilégio dos trabalhos denominados tese no formato de artigo nem é particularidade da redação médica, muito menos das teses defendidas nas melhores universidades de saúde do Brasil.

Os diversos departamentos exigem trabalhos diferentes tanto na forma quanto no conteúdo. Porém, alguns insistem que a Introdução é apenas um rótulo. Outros retrucam e querem forçar a aceitação sob o argumento simplista de que “é assim mesmo!” Não! Não é assim mesmo. Introdução de tese no formato de artigo não contém apenas Justificativa do estudo, tampouco somente Revisão da literatura, ainda que a tese no formato de artigo não tenha divisão de capítulo entre Introdução e Revisão da literatura.

O pesquisador que redige estudo científico sem apresentar a Introdução:
a) Não o posiciona no contexto geral;
b) Não o insere no universo científico;
c) Talvez tenha se perdido nas etapas iniciais e no desenvolvimento;
d) Ainda que não tenha tido dificuldade de encontrar artigos científicos que sustentem o estudo, parece demonstrar que não sabe reconhecer os diferentes Temas de pesquisa nem relacioná-los ao Problema central estudado;
e) Pode ter comprometido os Resultadosporque não encontrou estudos fundamentais e, portanto, pode ter "repisado" o que está bem fundamentado na literatura científica, apesar de a princípio o Método parecer impecável. Saber utilizar os descritores e transitar pelas bases de dados não soluciona o dilema;
f) Limita a difusão do conhecimento científico;
g) Quem sabe não entendeu o próprio trabalho, porque não o apresentou.

Depois, como é muito comum, para tentar “dar um jeito” no Método, os dados são enviados por e-mail para um estatístico. Muitas vezes, nem Karl Pearson resolveria a situação. Se o Método tem defeitos, é provável que houve falhas no planejamento, se é que houve planejamento. Daí que o pesquisador não terá Resultados fidedignos nem Discussão crível.

Quando se diz que “é assim mesmo” ou “é assim que eles fazem”, reforça-se a ideia de “ciências Modas, como em arte, em literatura ou em vestuário; os pesquisadores não gostam muito de insistir na contingência irracional e na obediência que a noção de moda manifesta, mas as bibliografias aí estão para denunciar este fator”(1).

Se o título do capítulo anunciar a Introdução, mas o texto remeter à Revisão da literatura, sem tratar da Introdução, pratica-se o mesmo afastamento que cometi quando usei o título “Fernando Sabino e Paulo Coelho”. Contudo, o meu afastamento, que na teoria literária recebe o nome de estranhamento, foi proposital. No caso da Introdução de texto científico, que não é, mas parece Introdução, por ironia, lembra a literatura fantástica de Franz Kafka, ou seja, aquilo que parece ser.

Sobre Fernando Sabino e Paulo Coelho, o que tenho a dizer é simples: a Márcia, que talvez continue atuando no Instituto Rio Branco, era a única amiga a se opor ao questionamento do valor literário da obra de Fernando Sabino. Ela indignava-se com os comentários dos colegas sobre Sabino. Para eles, tratava-se de “literatura menor” e destinada ao público com poucos anos de leitura. Referiam-se ainda a leitura de bobagens que enganam leitores. Acho que a querida Márcia não se enfureceu de vez contra todos, porque nenhum dos membros do grupo pediu a leitura de um Paulo Coelho.


1. Moles, Abraham Antoine. A criação científica. Tradução por Gita k. Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 1981. Tradução de La création scientifiquep.242.


Pedro Reiz



Observação: a tese no formato tradicional não se opõe a tese no formato de artigo. Quem pensa assim precisa ler informações mais seguras e fidedignas, pois estamos vivendo um momento de junk food científico. Ou seja, não se pode alimentar pensamentos equivocados de que “se gasta tempo valioso na redação da tese no formato tradicional”, porque o pesquisador digno deste nome e que se debruça de corpo e alma, alma e corpo sobre a sua tese, seja ela no formato tradicional ou no formato de artigo, adquire tantos conhecimentos, amadurece e toma consciência de tantos aspectos, que jamais pode conjecturar que perdeu tempo desenvolvendo todas as etapas da sua tese, independente do formato.

Sunday, April 11, 2010

Como se faz tese e artigo científico: primeira parte, por Pedro Reiz

O título desta postagem não é meu. Da mesma maneira como declarou Cândido de Figueiredo(1), em Vícios da linguagem médica, p.7, livro publicado em 1910, que o título da obra não era seu, mas de Pedro Antônio Basílio(2), médico fluminense, que publicara, em 1904, Vícios de nossa linguagem médica, “emprestei” de Umberto Eco(3) o título desta postagem.

Guardadas as corretas e legítimas proporções, penso que, durante a redação da tese e do artigo científico, o pesquisador pode evoluir em muitos campos. A redação científica é tarefa imprescindível à vida acadêmica. Relatórios e outros documentos técnico-científicos serão redigidos por toda a vida. O valor da escrita científica é mais acentuado para aqueles que pretendem seguir carreira acadêmica.

Na minha atividade profissional, observo como os universitários e os pesquisadores experientes assimilam a redação científica e também como ela é colocada em prática. Detalhei o processo e a prática em livros que pretendo publicar.

A redação da tese e do artigo científico é desafio às habilidades e ao conhecimento do pesquisador. Quando se escreve sobre algo que se conhece muito bem na prática, mas o conhecimento teórico é sofrível, a redação passa a ser medíocre para quem escreve (pesquisador) e maçante para quem lê (orientador, banca examinadora, editores). Por que  se preocupar com a banca examinadora quando se tem apenas recortes que “podem” servir para uma dissertação ou tese? É nesse ponto que muitos pesquisadores comprometem-se e ferem a ética em dois momentos capitais:

1. Nos Resultados, forjam dados e alteram procedimentos para adaptá-los ao Método;
2. Não garantem validade interna e, entre outros desvios, desrespeitam certas regras, em especial quanto às citações diretas e (indiretas) paráfrases, afora cometerem equívocos, como estrutura orgânica desconexa, relações errôneas ao mencionar os autores, citações “fabricadas” e referências sem conexão com as citações indicadas.
Uma dúvida: seria mais proveitoso para os membros da banca, comunidade científica e sociedade refletir com o pesquisador sobre esses pontos que repetir o velho chavão "Perdoe-me, porém, sua citação não está de acordo com as normas".
O pesquisador que age dessa maneira não se coloca no lugar do leitor, porque tais atitudes provocam erros em cascata aos graduandos desavisados e pesquisadores iniciantes que “bebem” em teses, algumas vezes, infundadas.

Planejar, redigir e apresentar tese é habilidade que se conquista. Ela diz muito sobre você! Espelha sua criatividade, anos de leitura, valores, dinamismo, conhecimento, personalidade, ética...

Redigir texto científico talvez seja um dos mais importantes ganhos obtidos na universidade, tanto para os estudantes quanto para os pesquisadores. Comunicar-se por meio de artigo científico e de tese está na moda, porque o mercado de trabalho é cada vez mais competitivo.

1. Figueiredo, Cândido. Vícios da linguagem médica. Lisboa: Livraria Clássica Editora, 1910.
2. Basílio, Pedro Antônio. Vícios da nossa linguagem médica. Rio de Janeiro: Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, 1904.
3. Eco, Umberto. Come si fa una tesi di laurea. Le materie umanistiche. XVIII ed. Milano: Tascabili Bompiani, 2006.

Pedro Reiz 

Tuesday, March 2, 2010

Apud, citado por...? Pedro Reiz

Penso que muitos pesquisadores, mesmo os iniciantes, já encontraram algum texto em que um autor citava outro, com o uso de apud: "Fulano apud Beltrano". Não vou julgar o uso do apud, apenas descreverei minha breve aventura na procura pela obra de um “Beltrano”. Na relevante obra de Salvador(1), que consulto com frequência, o autor se refere na página 46, a certo Almarck apud Asti Vera(2) (p.101), livro de edição argentina.

Fui com toda sede ao pote, confiante de que encontraria minha resposta. Ledo engano. Em Asti Vera, verifiquei que o Almarck é o J.C. Almack, sem o "érre". Até aí nenhum problema. Atualmente, com todo o aparato tecnológico, os erros gráficos nem sempre são evitados, imagine na época em que se utilizava a máquina datilográfica! Entretanto, constatei que Asti Vera também empregara apud, agora a F.L. Whitney (1958). Não acreditei!

Assim, a citação ao pensamento de Almack, iniciada em Salvador com apud a Asti Vera, remeteu-me a outro apud. Asti Vera também não teve contato com o texto de Almack, porque também recorreu a... apud  Whitney.

Na obra de Whitney(3) (Frederick Lamson Whitney), que encontrei depois de muita procura, na biblioteca da Escola de Comunicação e Artes – ECA da USP, mas de edição diferente daquela mencionada por Asti Vera, ou o tradutor, ou sabe-se lá quem, não indicou qualquer publicação de J.C. Almack, apenas se referiu a ele.

Descobri” o nome da encantadora obra de Almack por outras fontes. Como “descobri”? Ah! Isto é outra história!

O pouco que sei é que a busca por determinado livro citado como apud encontrado em outros autores pode ser muito interessante, para não dizer divertida. Sem neurose! Só com motivação científica. 

1. Salvador, Ângelo Domingos. Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica. 5 ed. rev. e aum. Porto Alegre: Sulina, 1976.
2. Asti Vera, Armando. Metodología de la investigación. Buenos Aires: Kapelusz, 1968.
3. Whitney, Frederick Lamson. Elementos de investigación. Tradução por José Savé. 2 ed. Barcelona: Omega, 1963. Tradução de The elements of research.

 Pedro Reiz
Observação. A expressão latina "apud" significa "citado por", "junto a", "em". Apud é um termo do latim empregado em redação científica para se referir a menção de citação indireta. Nesta postagem verificamos como usar o "apud" ou como fazer citação de citação pode levar a equívocos. Desse modo, recomendo não usar apud.



Monday, January 25, 2010

E a Revisão da literatura? Pedro Reiz

Um exemplo. Num curso de administração (graduação ou pós-graduação), uma das etapas do trabalho consistiria no diagnóstico organizacional (histórico da empresa, perfil organizacional, preparação do relatório de gestão, desenvolvimento do plano de melhoria e de manutenção). Contudo, o regulamento, quem sabe, não considera a dimensão que o Assunto ocupa no trabalho, o Tema e outras fases do estudo, como a Revisão da literatura, por exemplo. Quais as consequências para o estudo e para o estudante?

O estudante com fácil acesso à organização a ser analisada, talvez não tenha tantas hesitações na redação descritiva para a caracterização do porte, natureza do negócio, apresentação dos equipamentos e dos processos nem para descrever mercado, clientes e envolvimento da comunidade. Consultou o site da organização em análise, visitou a empresa, conversou com pessoas, recolheu informações, e tomou notas suficientes para superar a redação descritiva da primeira etapa.

Todavia, à medida que o estudo avança, o cronograma proposto pela instituição, quem sabe, imponha Pesquisa de campo relacionada ao diagnóstico organizacional empreendido na primeira fase. E a Pesquisa bibliográfica para a Revisão da literatura? Omitiram por desconhecimento ou "saltaram" por preguiça?

Sem considerar outros aspectos, Pesquisa de campo, ainda que realizada com os cuidados especiais(1), obrigatórios e antecessores a ela, se estiver desprovida de Pesquisa bibliográfica, compromete a compreensão do trabalho tanto para o produtor do texto quanto para o consumidor (leitor).

Eis a importância da Revisão da literatura: leitura, análise crítica e evolução do conhecimento sobre determinado Tema. Sem isso, como concretizar a realização de qualquer estudo? Mesmo que sob a condição de “trabalho prático”, é imprescindível o contato com os documentos disponíveis em instituições, a leitura de muitos livros e artigos científicos publicados em periódicos científicos nacionais e internacionais, necessários para o background.

Não se pode executar trabalho sem essa direção inicial, muito menos sem o conhecimento dos trabalhos realizados anteriormente(2). “Trabalhos práticos” precisam envolver relação clara e inequívoca entre empresa e produto (ou sujeitos e observação) com a literatura científica adequada ao Tema.

A relação manifesta-se por completo apenas para àqueles que entenderam o Tema na prática e na teoria, porque poderão circunscrever o Assunto sem embaraço, empreender diferentes pontos de vista para o Problema central (Ideia de pesquisa ou Ideia central), estruturar os capítulos com reflexão, discutir com clareza, refutar ou aceitar as Hipóteses sem titubear e valorizar a criação ou a ampliação da ideia transformada em Tema de pesquisa. Dessa maneira, merecedora de investigação.

1. Elaboração do questionário, pré-teste do questionário, codificação, definição do plano de tabulação, instruções aos entrevistadores, processo de checagem de algumas entrevistas e outros procedimentos, apenas se no levantamento prévio foi verificado inexistência de instrumento validado.
2. Komidar, Joseph S. O uso da biblioteca. In: Goode, William Josiah e Hatt, Paul Kitchener. Tradução por Carolina Martuscelli Bori. Métodos em pesquisa social. 4 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1973. Tradução de Methods in social research, p.135.


Pedro Reiz

Tema de pesquisa: tema pesquisado e tema nunca explorado, por Pedro Reiz


É quase consenso que os Temas amplamente estudados não justificariam mais investigação, pois há outros não explorados. Será que o pensamento está correto?

A dúvida é por que, talvez, alguns estudantes e pesquisadores não saibam iniciar o trabalho nem o que redigir. Observo que precisam de ajuda na redação científica para passarem para o papel seus conhecimentos.

Da mente criativa de determinado estudante surgem ótimas ideias, algumas nunca exploradas, mas que podem se perder no vazio pela falta de conhecimento teórico, indispensável para a realização da práxis em sua plenitude. Algumas ideias do estudante, apesar de ainda não terem sido exploradas, podem não constituir Tema de pesquisa. São ideias soltas. Ideias levadas a cabo, às vezes, com protótipo criativo, apresentação de desfile, instalação, experimento...

Em outras palavras, sem o completo entendimento do Assunto e do Tema, etapas iniciais e fundamentais para o prosseguimento satisfatório, as ótimas ideias são transformadas em estudos maçantes, com descrições vazias, enfadonhas listas de nomes e opiniões correntes, trabalhos com cortes que jamais poderiam ter sido redigidos com tantas omissões(1) ou repletos de trechos da internet.

Não teria sido melhor se o estudante tivesse partido de Tema de pesquisa amplamente estudado, acessado a literatura, lido e entendido como foi construído o conhecimento naquela direção? Estudado apenas um Tema, passo a passo, para depois propor ideias com base no que os “outros” fizeram na área, bem como ultrapassar as soluções anteriormente apresentadas?

1. Eco, Umberto. Come si fa una tesi di laurea. Le materie umanistiche. XVIII ed. Milano: Tascabili Bompiani, 2006, p.19.


Pedro Reiz

Observação. Tema é específico e Assunto é amplo.

Quando começar a redigir? Pedro Reiz

Não é somente para o ganho de tempo, mas é psicologicamente importante começar a redigir após a leitura do primeiro capítulo de livro ou do primeiro artigo científico. Crie o costume de anotar as ideias que lhe ocorram. Anote-as sempre, ainda que exista contradição, desarmonia e falta de equilíbrio nas primeiras frases do seu estudo.

Mattoso Câmara(1), neste trecho, refere-se às condições da redação:
"Qualquer um de nós senhor de um assunto é, em princípio, capaz de escrever sobre ele. Não há um jeito especial para a redação, ao contrário do que muita gente pensa. Há apenas uma falta de preparação inicial, que o esforço e a prática vencem.
Por outro lado, a arte de escrever, na medida em que consubstancia a nossa capacidade de expressão do pensar e do sentir, tem de firmar raízes na nossa própria personalidade e decorre, em grande parte, de um trabalho nosso para desenvolver a personalidade por este ângulo.
A arte de falar não é mais do que uma mise-au-point dos predicativos obtidos e consolidados no exercício da atividade oral de todos os dias. A arte de escrever precisa assentar, analogamente, numa atividade preliminar já radicada, que parte do ensino escolar e de um hábito de leitura inteligentemente conduzido; depende muito, portanto, de nós mesmos, de uma disciplina mental adquirida pela autocrítica e pela observação cuidadosa do que outros bons resultados escreveram".

Nessa linha de raciocínio, a preparação do próprio estudo requer horas de leitura, interpretação e análise crítica, concentração... Alguns estudantes e pesquisadores conciliam diversas atividades com leituras e reflexões, ao passo que outros, com razoável tempo livre, negam.

O texto será elaborado à medida que a leitura avança. O produtor do texto científico demonstra, apresenta, relata, discute, analisa com ideias claras, precisas e simples.

Para Rocha e Silva(2), a preparação de trabalho científico “é questão de prática, de hábito de ler grande número de trabalhos e de exercitar outros tantos”.

O destinatário da redação do trabalho acadêmico-científico é o seu professor orientador, mas esteja seguro de que você escreve carta aberta a toda a humanidade, como propõe Eco(3), ao chamar atenção para os dois pontos fundamentais da redação: a quem nos dirigimos e como se fala.

1. Mattoso Câmara Jr, Joaquim. Manual de expressão oral e escrita. 3 ed. rev. São Paulo: J.Ozon, 1972, p.75-76.
2. Rocha e Silva, Maurício Oscar. Preparo e significação de um trabalho científico. Ciência e Cultura, v.II, n.3, p.217-221, 1950.
3. Eco, Umberto. Come si fa una tesi di laurea. Le materie umanistiche. XVIII ed. Milano: Tascabili Bompiani, 2006, p.158-170.

Pedro Reiz